A ciência e as religiões, artigo de Marcelo Gleiser (JC 3708, de 25 de Fevereiro de 2009)

Forçar a rigidez é condenar a congregação a viver no passado

Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo". Artigo publicado na “Folha de SP”:

Como escrevi em colunas recentes, neste ano celebramos dois grandes aniversários. O primeiro, o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e o sesquicentenário da publicação de seu revolucionário "A Origem das Espécies". O segundo, os quatrocentos anos da publicação do livro "Astronomia Nova", em que Johannes Kepler mostrou que a órbita de Marte é elíptica, inferindo que todas as outras seriam também.

No mesmo ano, 1609, Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus mudando a astronomia para sempre.

Em ambos os casos, as descobertas científicas criaram sérios atritos com as autoridades religiosas. Atritos que, infelizmente, sobrevivem de alguma forma até hoje, principalmente com as religiões monoteístas que dominam o mundo ocidental e o Oriente Médio: judaísmo, cristianismo e islamismo. O momento é oportuno para iniciarmos uma reavaliação das suas causas e apontar, talvez, resoluções.

Simplificando, pois temos apenas algumas linhas, o problema maior não começa no embate entre a ciência e a religião. Começa no embate entre as religiões. Existe uma polarização cada vez maior já dentro das religiões entre correntes mais ortodoxas e aquelas mais liberais. As diferenças são enormes. Por exemplo, no caso do judaísmo, podemos hoje encontrar rabinas liderando congregações, algo que enfureceria ao meu avô e a seus amigos.

Nos EUA, algumas correntes protestantes, como os episcopélicos, têm pastores e bispos abertamente homossexuais. Nessas correntes mais liberais dentre as religiões se vê também uma relação completamente diferente com a ciência.

Em vez do radicalismo imposto por uma interpretação liberal da Bíblia, as correntes mais liberais tendem a ver o texto bíblico de forma simbólica, como uma representação metafórica de acontecimentos e fatos passados com o intuito -dentre outros- de fornecer uma orientação moral para a população. (A questão da necessidade de um código moral de origem religiosa deixo para outro dia.)

Escuto pastores e rabinos afirmarem regularmente que é absurdo insistir que a Terra tenha menos de 10 mil anos ou que Adão e Eva surgiram da terra. Para um número cada vez maior de congregações, é fútil fechar os olhos para os avanços da ciência.

Para eles, a preservação dos valores religiosos, da coesão de suas congregações depende de uma modernização de suas posições de modo que possam refletir o mundo em que vivemos hoje e não aquele em que pessoas viviam há dois mil anos.

O mundo mudou, a sociedade mudou, a religião também deve mudar. Insistir na rigidez da ortodoxia é condenar a congregação a viver no passado, numa realidade incompatível com a sociedade moderna. Se o pastor ou rabino ortodoxo tem câncer e recebe terapia de radiação, ele deve saber que é essa mesma radiação que permite a datação de fósseis com centenas de milhões de anos. É hipocrisia aceitar a cura da radiação nuclear e ainda assim negar os seus outros usos.

Fechar os olhos para os avanços da ciência é escolher um retorno ao obscurantismo medieval, quando homens viviam suas vidas assombrados por espíritos e demônios, subjugados pelo medo a aceitar a proteção de Deus. A escolha por uma devoção religiosa -se é essa a sua escolha- não deveria ser produto do medo.

No fim de semana passado, a catedral de São Paulo em Melbourne, Austrália, ofereceu um simpósio sobre Darwin. Nos EUA, outro simpósio reuniu cerca de 800 pastores e rabinos para discutir modos de reconciliação entre ciência e religião. Parece que finalmente um novo diálogo está começando. Já era tempo.
(Folha de SP, 22/2)


32 comentários:

Sérgio Oliveira disse...
3 de março de 2009 às 18:13

A mudança, tema principal abordado pelo autor, é mostrada como divisora de águas, enquanto a ciência comemora centenários de fatos que modificaram sua essência a religião ainda tenta pregar o Dogmatismo, numa tentativa de evitar a decadência de uma tradição milenar.
Mas seria esse o caminho certo? Não seria mais coerente tentar uma harmonia entre as idéias cientificas e as idéias religiosas?
Ao meu ver não, e este seria o ponto de vista que Gleiser tenta explicitar, e isso fica bem claro quando ele comenta que já existem correntes protestantes que tentam criar uma coesão entre a ciência e sua religião mostrando, inclusive, que algumas já passaram a interpretar a bíblia de forma não literal mas sim de forma simbólica. Algumas decisões hipócritas de partes do superior religioso fazem com que pequenos focos de “evolução” se desfaçam, como foi o caso do padre brasileiro que incentivava o uso da camisinha e por isso foi excomungado. Por isso mesmo que um simples simpósio feito para discutir modos de reconciliação entre ciência e religião impressiona o autor. “Já era tempo”, o que nos faz pensar que realmente uma harmonia entre as idéias seria a coisa mais coerente a se fazer.

Henrique Rocha disse...
5 de março de 2009 às 00:34

Na sociedade em que nos encontramos não é mais possível para a Igreja continuar vivendo na idade média controlando toda a ciência, que agora é, teoricamente, de livre acesso a todos, para não se tornar contraditória. A ciência já respondeu a maioria das questões cabíveis à religião, agora resta a ela quebrar seus dogmas para que eles sejam compatíveis com a mentalidade contemporânea. Para isso ela deve desmistificar os preconceitos, ajudar com a concientização ambiental, informar sobre DST's e métodos anticoncepcionais contribuindo para a evolução social. Para que isso aconteça as religiões precisam estar abertas a uma discussão em que possam ser questinadas sem que haja um atrito entre elas.

Heytor Anizio disse...
5 de março de 2009 às 12:52

A ciência sempre avança com novas descobertas e a religião sempre duvida da veracidade
das mesmas. A rigidez da religiao a força a acreditar somente nas verdades escritas na bíblia e não nas verdades comprovadas pela ciência. Essa dificuldade de comunicação entre religião e ciência vem da cultura conservadora da religião, que começou na antiguidade. Sempre houve uma tentativa de se chegar a um senso comum entre ambas, mas nunca com sucesso. Atualmente esse radicalismo está diminuindo e já parece haver um entendimento entre religião e ciência, graças à correntes mais liberais dentro da religião. Com o começo dessa mudança, cessarão as divergências, e ciência e religião poderão conviver harmonicamente, contribuindo para o progresso da sociedade.

JEAN MELO disse...
5 de março de 2009 às 13:00

Primordialmente, Marcelo Gleiser, introduz uma ideia de que as religiões precisam se modificar a medida que a ciência avança e assim chegar a uma consolidação (união) entre elas. Porém, que tipo de união? Falando como religioso, os litígios que Marcelo apresenta são desconformes com o que ele quer mostrar; porque divergência de pensamento sempre ouve e sempre haverá e é por isso que existem pastores homossexuais e rabinas líderes. Portanto, várias religiões não é novidade alguma, a tendência é aumentar. Entretanto, quantos anos têm a Terra? Bem, a partir da existência humana até o momento presente, a Terra, em minha opinião, tem menos de 10 mil anos. A questão é se Deus criou no sentido de inventar ou modificar. Acredito que a Terra possui milhões de anos porque creio que a mesma “sempre existiu” ainda que deformada e depois Deus modificou (criou), ou melhor, deu forma a ela. Logo, nesse período pode ter passado milhões de anos. Já a idade do fóssil que causa conflito entre a ciência e as religiões pode ser “resolvida” com o seguinte discernimento: se o rochedo sempre existiu e depois de milhões de anos Deus coloca vida nesse rochedo (Terra), então a datação não é do fóssil e sim da rocha.
Penso que a ciência deva completar a Bíblia e vice-e-versa. E não a ciência ser independente ou até mesmo inimiga da Bíblia e das religiões.

Romero disse...
5 de março de 2009 às 16:08

A religião não pode mais negar a ciência.
Tendo em vista que tanto a ciência quanto a religião foram criadas para o mesmo fim (buscar respostas), não deveria haver uma cisão entre as duas partes, porém a ciência busca respostas que possam ser provadas através de uma lógica, enquanto a religião só apresenta as respostas.
Esporadicamente a ciência responde questões, as quais as religiões acreditam já terem respondido, dai surge um impasse, pois as bases das religiões foram criadas num tempo onde os fenômenos eram atribuídos a Deus(es).
Com o passar dos anos as ferramentas e a forma de pensar do homem foram evoluindo em conjunto com a ciência, enquanto a religião se manteve com suas respostas ficando cada vez mais defasada, gerando assim, uma cisão entre ciência e religião.
A ciência conseguiu responder questões que só a religião podia antes, porém essas respostas não foram aceitas pela religião. Esse é o principal ponto do artigo, a religião tem que sair do ostracismo que se encontra, buscando uma forma de conciliar-se com a evolução da ciência ao invés de negá-la.

Adolfo Brunno disse...
5 de março de 2009 às 17:20

Para começar, gostaria de citar um trecho do livro Anjos e Demônios, de Dan Brown: "A fé não protege ninguém. Remédios e air-bags é que protegem as pessoas. Deus não protege ninguem. A inteligência, sim. Esclarecimento.[...] Os milagres modernos são realizados pela ciência... computadores, vacinas [...]".

Dito isso, agora comecemos. Marcelo Gleiser fala do interminável embate ciência x religião. Pois bem, creio que esse conflito esteja próximo de um fim, visto que, enquanto ainda existirem problemas sem respostas científicas, a fé tratará de respondê-los. E esses problemas são cada vez mais escassos, visto que a ciência está progredindo em relação à religião. A ciência já atingiu tal ponto que, há pouco tempo, ficamos sabendo do LHC, que poderia reproduzir o impacto causado pelo big-bang(?).

Será que a religião ainda pode bater de frente com a ciência? Ou será que os cientistas são os "deuses" do mundo contemporâneo?

Outro grave problema que a religião encontra são suas subdivissões: uma igreja querendo ser melhor que outra, dizendo ser mais "verdadeira"... Enquanto a religião não consegue resolver seus problemas internos, a ciência só tende a avançar e avançar.

Por fim, deixo aqui a minha opinião: a religião é essencial para o progresso da ciência.

Olavo de Holanda disse...
5 de março de 2009 às 18:35

Sou católico, acredito em Deus, na igreja e também na ciência (e não vejo problema nenhum). Creio que o "embate", afirmado pelo autor ao longo do texto, entre a ciência e a religião seja só aparente, ou seja, não exista na realidade.
O que ocorre, em alguns casos, são pré-concepções e opiniões de cientistas opostos à religião e vice-versa. Quantos grandes pesquisadores e cientistas também eram religiosos? Charles Darwin (criador do Evolucionismo) era religioso e quase se tornou pastor da Igreja Anglicana. A religião nunca inibiu o avanço da ciência, muito pelo contrário, acredito que ela seja fundamental para a sua evolução.

Concluindo, a ciência e a fé não se contrapõem, até por que estão em universos diferentes.

"Quem fala que a Religião não se harmoniza com a Ciência é ignorante tanto de uma quanto da outra" Albert Einstein

João Paulo disse...
5 de março de 2009 às 19:16

Os embates entre a ciência e a igreja existem a muito tempo, fato que é relatado no artigo de Marcelo Gleiser, o que sempre foi observado em atitudes nas quais a igreja não aceitava algumas descobertas da ciência e ainda hoje não aceita, porém além desses atritos com a ciência, a igreja possui divergências internas, o que de certa forma nos permite pensar que algumas partes da igreja estejam mais abertas para a ciência fato que deve ser considerado muito importante para toda a humanidade. Por fim é importante ressaltar que o entendimento entre a igreja e a ciência é fator necessário para que toda a humanidade seja beneficiada com novas descobertas e conseqüentemente com um maior desenvolvimento.

Endhe disse...
5 de março de 2009 às 20:30

“O mundo mudou, a sociedade mudou, a religião também deve mudar” tentar impor que as autoridades religiosas mudem, com certeza não é o melhor caminho para o entendimento. Devemos lembrar foi essa mesma imposição que no século XVII fez com que cientista como Galileu Galilei contradizer algumas de suas teorias. A fé de um povo não pode ser explicada através de teoremas matemáticos, do mesmo modo com que não se deve criticar aqueles que nela não crêem. O fato é que no cotidiano em que vivemos, não podemos mais aceitar repressões religiosas através da força bruta, da violência exacerbada, religião e ciência devem tentar andar lado a lado, e não necessariamente em lados opostos.
O diálogo sempre é o melhor meio para conseguir o entendimento de todos, tenhamos certeza que em pleno século XXI iremos conquistá-lo, mas vale ressaltar que só com respeito as diferenças de cada povo, cada religião, iremos conseguir tal feito.

Olympio disse...
5 de março de 2009 às 21:51

Manter-se preso a tudo e a todos os costumes, hábitos e modos do passado, não é bem a cara do que acontece atualmente em todo o mundo. Um universo moderno, em que as máquinas substituem os homens; em que as pessoas possuem mentalidades novas e bastante diferentes das do passado; a ciência avançada e suas descobertas; ou seja, é essa a nossa realidade, é essa a face do mundo hoje.
Com o passar do tempo, naturalmente, novidades e pensamentos inovadores surgiam, atitudes eram tomadas. Pouco a pouco as coisas se modificavam, e a humanidade, em passos lentos, renovava-se rumo a um universo novo, mudado. A arte com suas obras chamavam atenção; livros escritos e suas idéias alarmantes; grandes revoluções, guerras; até a natureza mudava e reage até hoje; as pessoas se convertem. Tudo se transforma.
A ciência e suas descobertas eram e ainda são alvo de rejeição entre as sociedades conservadoras, estas que se negavam a aceitar de vez aquilo que era diferente, mas que podia ser, na maioria das vezes, benéfica a todos. A religião com sua forte e, muitas vezes, inútil rigidez, criticava e repudiava a ciência, então surgiam os conflitos, não só envolvendo religião e ciência, como também conflitos entre as próprias religiões. Contudo, é impossível elas se fecharem por completo às mudanças que acontecem na vida, e passam a ser sujeitas a elas, sim.
O medo foi se destruindo, desaparecendo, e com isso, o homossexualismo foi e vem crescendo gradativamente, visto de uma maneira mais natural. A mulher “surgiu” e aparece em grande número no meio de toda a sociedade. Então, manter o rigor sempre e não aceitar as alterações, é se render, prender-se ao passado, e essa não é a vontade da grande maioria da humanidade.

Adriano Sales disse...
5 de março de 2009 às 22:02

O professor Marcelo Gleiser trata, neste artigo, sobre um assunto muito “sensível”, que é o interminável embate entre religião e ciência. Primeiramente devemos saber respeitar a posição de cada um. Sabemos que a religião não aceita as “teorias” propostas pela ciência e vice-versa. O que ocorre é que, mesmo inconscientemente, uma sempre está querendo provar que a outra é falsa, ou mentirosa. Algumas religiões decidem fechar os olhos para os avanços da ciência e viver como as sociedades dos séculos passados, e isso é uma posição deles e não podemos exigir que eles mudem de postura. O professor Marcelo Gleiser faz uma afirmação um pouco forte, quando diz que: “[...] O mundo mudou, a sociedade mudou, a religião também deve mudar.[...]”. Não cabe a nós dizermos como as pessoas devem agir. Cada um sabe como quer viver, e se a escolha é para viver como uma sociedade medieval em meio a uma sociedade moderna, devemos respeitar. Há também os conflitos entre as próprias religiões. Isto ocorre pelo fato de que a cada dia surgem novas correntes, e estas correntes que surgem, geralmente são mais liberais que as já existentes. Cada um é livre para aceitar e seguir aquilo que acredita. O que devemos fazer é respeitar a posição de cada um, sem agredi-lo ou mesmo forçar a mudar de postura por causa de nossas opiniões. Na realidade este é um conflito interminável. O fato é, cada uma tem sua “verdade”. Não podemos ser só ciência nem só religião, deve haver uma harmonia. Cada um tem o seu papel, onde a ciência é a responsável por descobertas, de novos remédios, novos tratamentos, entre outros; e a religião por trazer paz, amor, felicidade ao homem.

Mª Helynne disse...
5 de março de 2009 às 22:27

A ciência, sempre procura resolver um problema de modo experimental para chegar a uma prova.
Enquanto, a fé, como o próprio nome já diz, está no completo acreditar. Segundo a Bíblia, fé é a firme certeza das coisas que se esperam e a evidência daquilo que ainda não se viu.
Ou seja, ciência e fé seguem caminhos diferentes para chegar a uma determinda idéia.
É possível que os dois caminhos cheguem ao mesmo lugar, mas nem sempre isso acontece.
Diante disso, tentar uma conciliação entre a fé e a religião pode não ocorrer completamente.

Com relação ao fato de se adaptar ao mundo de hoje, acredito que a adaptação deve ser no modo de vida, mas não no que você acredita em si.

Natália Julieta disse...
5 de março de 2009 às 22:28

As instituições religiosas utilizam dos recursos da ciência dos quais condena e não quer admitir a sua importância e veracidade, isso é no mínimo contraditório. Trabalhar com dogmas para levar uma situação confortante e ilusória, para mim é exatamente o que representa a religião. O embate religião e ciência não sairá de discussões, enquanto a religião continuar impondo formas comportamentais e definindo padrões de vida para a sociedade. Temos várias questões e exemplos que comprovam a irresponsabilidade da religião, umas das questões que defino como cruciais é a questão do aborto, essa semana uma menina de 9 anos foi violentada pelo padrasto, engravidou de gêmeos, a menina correria grande risco de morte caso não realizasse o aborto e qual foi a resposta do arcebispo de Recife, fato onde ocorreu o caso, simplesmente postou uma nota onde excomunga todos os participantes do aborto. Ou seja enquanto tivermos esse tipo de comportamento não iremos chegar a uma convivência harmoniosa com as entidades religiosas.

Unknown disse...
5 de março de 2009 às 22:33

Na minha opinião, religião e ciência não existem separadamente, existe um equilíbrio na evolução das duas. Elas caminham com a história. Se a inquisição existisse até hoje, não teríamos o avanço científico que temos em todas as áreas. Já a ciência ainda não pode se gabar de ter explicação para todas as coisas, e talvez nunca tenha. Não temos como saber, vivemos o nosso tempo. Os seres humanos têm a capacidade de fazer coisas maravilhosas com a ciência, assim como podemos fazer coisas terríveis. E o mesmo pode ser dito sobre a religião. Eu acho importante a discussão sobre a evolução humana e sobre os mistérios do universo. Mas também creio que no universo existe um equilíbrio em todos os aspectos. Sendo assim, os seres humanos jamais estarão preparados para aceitar só o caminho religioso ou só o caminho científico. Dessa forma, não importa o quanto avance a ciência, religiões vão existir, evoluídas também é claro. Mas como eu disse no início, uma não existe sem a outra.

Juscyllan S Queiroz disse...
5 de março de 2009 às 23:28

Tudo gira em torno de em que acreditar.
Se o acesso a informação fosse mais disponível, ou ao menos interessante, existiriam mais pessoas libertas do medo, libertas de seguir uma religião que pune quem faz o errado.
Mas afinal de contas, o que é errado?

Também não acredito cegamente na ciência. Afinal, para atingir o que é hoje, muitas certezas foram desfeitas e verdades foram desmentidas.

A religião se adapta à ciência, e a ciência à religião, e ficamos no meio de fogo cruzado procurando o melhor caminho, ou o mais cômodo, pra viver.
Só espero que esse novo diálogo não gere mais confusão.

Marcio Augusto disse...
5 de março de 2009 às 23:37

As autoridades religiosas têm um grande poder em mãos, conseguem facilmente controlar milhões de pessoas ao redor do mundo, mesmo sabendo que muitas das idéias, histórias que pregam são absurdos. A falta de conhecimento faz o homem imaginar, criar mitos, monstros, coisas que não existem. A religião trás uma forma de salvação contra o desconhecido, uma forma de confortar as pessoas e assim também aproveita para manipulá-las, o medo de ficar sem a proteção divina ou pior, provocar a ira de Deus os tornam fácil de controlar. Mas para isso tudo funcionar é preciso que todos continuem acreditando, mesmo que a ciência comprove que tudo isso que estão impondo a sociedade é uma grande mentira, a religião vai tomar isso com uma heresia. Em quando as pessoas não tomam coragem para se livrar da falsa proteção oferecida pelas religiões ou as autoridades religiosas se preocupem em confortar, disciplinar ao invés de alienar seus seguidores em busca do poder e riquezas não haverá harmonia entre a ciência e a religião, vai continuar os confrontos e condenando muitos a viver no passado.

Ottonyel Lima disse...
5 de março de 2009 às 23:42

O atrito entre religião e ciência já ocorre a muitos anos desde que a ciência apresentou suas descobertas, descobertas essas que vieram a bater de frente com as idéias então pregadas pelos religiosos. Na antiguidade essa disputa era muito mais acentuada, mas ocorre até os dias atuais. A ciência não pode negar a importância da religião na vida de muitas pessoas no que diz respeito ao ensinamento de valores éticos e morais, assim como também a religião não pode menosprezar os avanços científicos no mundo, principalmente no século XXI, e como citou Marcelo Gleiser já existe correntes liberais dentro das igrejas que já tentam conciliar religião e ciência, sem dúvida esse é melhor caminho a ser seguido para que a sociedade moderna possa evoluir cada vez mais e não ficar presa ao modo de vida do passado, realidade aquela que já não condiz com a do século atual.

Gabriella Barros disse...
6 de março de 2009 às 00:09

É interessante o ponto de vista do autor, ao dizer que "o problema maior (...) Começa no embate entre as religiões". Pensar que as próprias religiões, que de certo modo pregam a mesma coisa sob diferentes modos de expressão, divergem tanto entre si, quanto entre elas e a ciência. Infelizmente, não é tão fácil convencer aqueles de crenças mais rigorosas, quanto é - para o autor - admitir que certas mudanças de pensamento e comportamento seriam bem-vindas.
Ainda assim, acredito que sempre haverá um embate fervoroso entre a igreja e o mundo científico. Ambos têm um objetivo comum: a descoberta de respostas; mas, normalmente, as teorias de um dos lados enfraquece o outro. Essa corrida atrás de respostas se torna algo como uma "guerra de poder".
Gleiser comentou as evoluções nas relações entre religião e ciência, que mostram que uma co-existência pacífica é, não só possível, mas muito benéfica. Finalmente o mundo religioso começa a abraçar os avanços cientícos, e, talvez, possamos chegar a uma harmonia pacífica entre os dois grupos.

Ana Carla disse...
6 de março de 2009 às 01:10

Marcelo Gleiser refere-se à necessidade da adaptação religiosa a modernidade.
Mesmo tendo linhas de pensamentos distintas, ambas, religião e ciência, tenta agredir uma a outra. As religiões em conjunto temem (acredito) do abuso da ciência, da tecnologia, em nossa sociedade que cada vez mais se torna individualista deixando assim mais suscetível a conflitos. Já a própria ciência, assim como Gleiser , retrata a rigidez e a incoerência do não acompanhamento evolutivo religioso com a sociedade moderna.
É uma tentativa de conciliação ainda superficial que nos leva a pensar se nós estamos realmente preparados para tal avanço da ciência.
Acho que falta o reconhecimento do que já temos atualmente sim, porém para toda tecnologia conquistada é preciso saber do amadurecimento da população para ir átona.

Carlos Jorge disse...
6 de março de 2009 às 01:57

Atualmente, a ciência vem evoluindo constantemente, enquanto que a religião parou no tempo... Sem falar que não é de agora que há controvérsias, entre a ciência e a religião como descreve o autor “Marcelo Gleiser”.
Atritos existem sim, começando entre as próprias religiões, pois as mais liberais aceitam melhor a ciência, tem uma forma diferente de analisar os fatos citados na bíblia, diferentemente das correntes ortodoxas as quais vêem a ciência como algo insignificante. Quanto a bíblia depende da forma que cada um analisa os fatos.
Na minha opinião a ciência e a religião estão interligadas, uma depende da outra, jamais uma deve menosprezar a outra “fato que acontece”, apesar de já existir correntes liberais que já concilia religião e ciência. A religião como parou no tempo esquece de estudar o mundo atual, apenas analisa e segue o mundo de antes, esquecem que as pessoas dos dias atuais têm outras formas de agir, de viver, outras culturas; caso ela evoluísse poderia existir menos atritos entre as próprias religiões, as quais ficam querendo uma ser superior a outra e ate mesmo a ciência, assim evoluindo juntamente com a sociedade, chegando assim a um consenso, acabando com o embate entre as religiões e consequentemente com o embate religião e ciência, afinal de acordo com o autor”Marcelo Gleiser” o problema maior está no embate entre as religiões.

Carlos_Fernandes disse...
6 de março de 2009 às 10:20

Temo em concordar com o pensamento de Marcelo, visto que, por um lado vivemos em um sociedade que convive com avanços ciêntificos e tecnológicos que ocorrem numa fração de tempo que em décadas atrás talvez fosse inimaginável e que induz a uma reformulação e atualização de conceitos, pensamentos e atos indispensável diante da quantidade de novos fatos e avanços que surgem todos os dias. O impacto dessas mudanças numa nas organizações religiosas que por padrão sempre tiveram uma característica concervadora é enorme. Por outro lado, acredito que tenha que ocorrer uma reformularização da liturgia religiosa sim; e que padres, bispos e rabinos, como todo profissional atual, tenham que buscar sempre novas informações, novos conceitos que o possibilitem acompanhar as mudanças continuas do munda atual.

Rony Bezerra disse...
6 de março de 2009 às 11:41

Fazendo uma analogia à seleção natural proposto por Charles Darwin, as religiões menos adaptadas ao ambiente deixarão de existir, pois serão incompatíveis com o modo de vida moderno. Devido ao rápido desenvolvimento tecnológico, agregado a globalização, tanto a ciência quanto a religião apesar dos conflitos devem atender as necessidades de uma população que vive em um meio instável onde mudanças ocorrem todo tempo. Sabendo que não são opostas, pois cada uma tem o seu domínio e suas limitações; a ciência aborda questões que envolvem o universo empírico enquanto a religião trata de questões sobre moral, valores, citando alguns. Vemos hoje que as correntes mais ortodoxas de algumas religiões estão perdendo espaço, e diminuindo o número de seguidores com o passar do tempo. O ideal é que haja um entendimento, um dialogo como afirma Marcelo Gleiser.

cloves disse...
6 de março de 2009 às 12:04

Atualmente, um enorme grupo de acadêmicos sustentam que a ciência lida com fatos, ao passo que a religião basea-se apenas em opiniões, desse modo, uma conciliação entre religião e ciência seria inoportuna para tal grupo. Já Marcelo Gleiser é mais moderado em relação ao tema, pois ele defende uma reconciliação – com fins científicos. Obviamente!- , pois para Gleiser, assim como para toda comunidade acadêmica, a religião representa uma “ pedra” no caminho do seu desenvolvimento.
Chego assim a uma concepção de relação entre ciência e religião mais objetiva se comparada ao artigo de Gleiser ... Sustento que o sentimento religioso é a principal motivação para o desmembramento da ciência , portanto, tal conciliação deveria ter propósitos que visem benefícios para a sociedade e não, apenas fins científicos.

Ricardo Saldanha disse...
6 de março de 2009 às 12:57

Como minha opinião vejo que o artigo trata de um tema polêmico que deve ser abordado de forma imparcial e impessoal, o que não ocorreu pois o autor apenas cita o seu ponto de vista crítico em relação a tradições e dogmas de diversas religiões. Pelo que entendo não vivemos em uma sociedade na qual exista apenas uma religião ou um ponto de vista sobre o que está certo ou errado em crer, deste modo creio que o artigo visa apenas provar o ponto de vista científico tentando de certa maneira ir de encontro aos fundamentos de religiões, que passam tais fundamentos da melhor forma que lhes cabe, seja como apenas uma forma de simbolísmo ou na perseverança de seus dogmas baseados na fé de sua religião usando como exemplo citado no artigo a criação de Adão e Eva.

A união faS ASSucar disse...
6 de março de 2009 às 13:21

O conflito entre as religiões e a ciência são inumeros,vem desde a descoberta do mundo até os dias atuais, ou seja, quase impossivel de haver um fim. Esse radicalismo todo da Religião em não aceitar a opnião dos cientistas vem com a interpretação de seus respectivos livros doutrinadores, livros estes que foram escritos a séculos atrás onde cultura e a religião dominavam seu modo de pensar. O que marcelo gleyser quiz dizer foi que com uma nova cultura, com novas descobertas da ciência (e estas sendo comprovadas), fez mudar o modo de pensar e interpretar de muitos seguidores, ao qual estão criando novas igrejas, novas ideias, novas formas compreender a ciência .

Joseanderson Caldas disse...
6 de março de 2009 às 13:32

Não sou um cristão fervoroso, mas tenho fé o suficiente para acreditar que existe uma força superior, a qual a ciência aos poucos acredita decifrar. Mas acho que essa corrida não tem fim, pois a natureza se renova a cada dia e isso impossibilita a velocidade relativa de ser nula.

Existem diversas religiões espalhadas pelo mundo. Adicionalmente, também tem surgido diversos segmentos "religiosos" com as mais variadas motivações: política, financeira, pessoal, entre outras. Deixando de lado os segmentos que não possuem o menor embasamento e se atendo as religiões mais antigas e conservadoras, religiões que com o somar das décadas atravessam séculos como os mesmos princípios. Sobre elas é que expresso minha opinião.

A quem diga que a ciência e a religião são inimigas e que não é possível ter fé aceitando os avanços da ciência ou o contrário. Considero esse modo de pensar, pregado por muitos, como imaturo e fruto do medo de buscar entender "as coisas" como elas de fato são. É fácil acreditar sem ver, sem tocar, sem entender. É muito mais cômodo simplesmante aceitar.

Acho que muitas religiões evitam maiores debates pelo medo de perder seus clientes, digo fiéis, para seus concorrentes. Não adianta seguir os mesmos passos de séculos atrás. Assim como a natureza muda, o mundo envelhece, a tecnologia dispara e a religião quer apenas assitir toda essa mudança. Não é necessário mudar princípios para acompanhar essa mudança. O que é necessário é retirar as amarras e entender a ciência como um instrumento para auxiliar na interpretação dos acontecimentos.

Michele Agra disse...
6 de março de 2009 às 13:33

Acho notável, e necessário, discutir e buscar modos de reconciliação entre ciência e religião. Entretanto, particularmente, acredito que essas duas instituições possuem objetivos bastante diferentes. Enquanto a ciência busca esclarecer questões do universo com base no empirismo, a religião possui como um de seus objetivos dar conforto aos seus seguidores, sustentada no Divino. Os religiosos buscam na religião uma afirmação subjetiva que lhes mostre a existência de algo transcendental, extra-empírico, que dê sentido a vida e alimente esperanças para o futuro.
Creio que a humanidade necessite tanto das certezas e avanços proporcionados pela ciência quanto do conforto e esperança transmitidos pela religião. Nesse sentido, entendo que a busca pela harmonia entre ciência e religião não deve ser objetivando unidade entre dessas duas instituições, mas sim no intuito de que ambas se complementem, continuando cada uma com suas particularidades inerentes.

“Há conflitos quando cientistas não entendem o que é próprio da fé e os religiosos não entendem o que é próprio da ciência”.

David Dantas disse...
6 de março de 2009 às 13:43

É perceptível, ainda nos dias de hoje, a enorme influência das religiões nos principais acontecimentos que afetam diretamente a população mundial, inclusive no âmbito da ciência e tecnologia. Mas, como retratado pelo autor, percebe-se também que, desde a época de Darwin e de outros grandes cientistas até os dias de hoje, vem ocorrendo, paulatinamente, uma mudança de mentalidade e de posicionamento das religiões como um todo em relação aos avanços científicos quando confrontados com as palavras da Bíblia.
Fica claro que, os benefícios da ciência para a humanidade são imprescindíveis para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e que ir contra essa vertente é, certamente, impedir a criação de meios para tornar o mundo um lugar mais igualitário e onde todos possam ter condições básicas de vida.
Acredito que, esse pensamento tenha acarretado a evolução não só da ciência, mas também da religião, a qual está embasada em princípios que visam o bem estar humano de uma maneira geral. Sendo assim, vejo hoje a religião, na maioria das vezes, opinando na ciência buscando apenas apresentar sua opinião, sem o intuito de impor ou impedir algo, mas sim tentando contribuir para o avanço científico em prol de toda a humanidade.

Reberth Cavalcante disse...
6 de março de 2009 às 13:57

Acredito que não haja verdade absoluta no mundo científico. A exemplo disso tem-se a Teoria Mecânica de Newton, que posteriormente foi ampliada com a Relatividade de Einstein. Sabe-se também que existem fenômenos que a Teoria da Relatividade não explica e a Teoria Quântica apresenta resultados, vale salientar que exemplos contrários ocorrem.
Com relação às religiões “modernas” acredito que exista uma grande disputas entre elas no que se refere ao número de fiéis e dessa forma certas doutrinas estão sendo reformuladas para que não haja prejuízo com relação a quantidade de seguidores. Não apenas a Teoria de Charles Darwin e de Johannes Kepler sugerem abalos a mundo religioso, muitas doutrinas causam efeitos semelhantes nas pessoas. Pode-se citar o exemplo de religião que não permitir transfusão de sangue, contudo para outras isso é possível e natural. Sendo assim, existem contradições entre as próprias religiões, sendo evidentemente os efeitos mais expressivos o confronto entre a ciência e a religião.
A “verdade” (se é que existe) é um tesouro talvez inatingível, mas de certa forma é mais fácil acreditar na ciência do que na religião, pois a segunda depende da fé e isso é exigir muito do ego do homem.
Por fim, as religiões se preocupam hoje com o número de fiéis (espero não ir para fogueira da inquisição) e farão o possível para que essa reconciliação aconteça.

Anônimo disse...
7 de março de 2009 às 11:53

Essa questão de crer mais em ciência do que em religião ou vice-versa depende mais do conhecimento de todos. Pessoas que não têm tanto conhecimento a ciência com certeza seguem sua religião, e tem suas opiniões próprias a respeito de tempos passados. Já pessoas que possuem mentes mais abertas conseguem avaliar o que cada um diz a respeito da antiguidade.
Eu acho que, com essa evolução da tecnologia, ajuda e muito os trabalhos dos cientistas, pesquisadores e muitos outros profissionais provarem certas hipóteses que surpreendem a todos nós. Um exemplo disso é o que está contido no artigo, quando fala da radiação que se pode datar fósseis etc. O outro lado é que, a religião nos influencia muito. Até hoje respeitamos a história do nascimento de Jesus e o que ele representa para toda a história da humanidade. Então, fica aí a dúvida. Para mim, ainda não decidi totalmente em quem acreditar. Só acho que a religião e a ciência não deviam se confrontar tanto, pelo contrário, um devia ajudar o outro.

Vitor Rafael disse...
13 de março de 2009 às 14:48

Este problema de religião contra ciência surge, principalmente, da falta de evidências em relação a fatos descritos pelas passagens bíblicas. Muitas religiões defendem a interpretação dos textos bíblicos da forma em que está escrito.
A religião ganha força devido a forte herança cultural. Como grande parte da população não tem informação suficiente, ela opta pelos conhecimentos baseados na fé.

Reberth Cavalcante disse...
27 de março de 2009 às 16:00

Título: SHAPE-SHIFTERS
Autor: Steven Ashley
Períodico: Scientific American
Volume: 284
Páginas: nº 5 20-1
Ano: 2001


Esse artigo me chamou atenção por está fortemente relacionado com a Engenharia na área de Novos Materiais, Mecânica dos Sólidos e Modelagem computacional de Materiais.


Este artigo comenta sobre a capacidade que alguns materiais apresentam em mudar a sua forma em resposta as condições do ambiente e solicitações que venham a ser aplicadas sobre o mesmo. Esses materiais são denominados inteligentes, uma vez que os mesmos apresentam “memórias” que lhes permitem se deformar e restabelecer sua forma original (geometria), por exemplo, sob efeito de temperatura.
Conhecido por Shirink-wrap, talvez o mais conhecido exemplo de forma de memória polimérica. Os materiais “inteligentes” apresentam certas desvantagens, tais como: custo elevado e tem uma deformação máxima cerca de oito por cento.
Esses materiais podem ser brevemente utilizados na indústria automobilística, uma vez que esses materiais podem se adaptar ao ambiente de um dia ensolarado ou frio, mantendo uma temperatura agradável para o usuário.

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