Pesadelo futurista

JC e-mail 3814, de 28 de Julho de 2009

Especialistas em inteligência artificial discutem limitar tecnologia 

Um robô capaz de abrir portas e encontrar tomadas por conta própria para se recarregar. Vírus de computador que ninguém consegue deter. Pequenas aeronaves não tripuladas que, ainda que operadas por controle remoto, chegam muito perto de uma máquina com autonomia para matar.

Impressionados e alarmados pelos avanços na inteligência artificial, um grupo de cientistas está debatendo se deve haver limites para avanços tecnológicos que podem levar a uma perda do controle humano sobre sistemas computacionais cada vez mais usados pela sociedade, seja em guerras ou num simples bate-papo ao telefone.

A preocupação é que avanços ainda maiores possam criar graves problemas sociais com consequências perigosas. Como exemplos, os cientistas citam várias tecnologias — tão diversas quanto sistemas médicos experimentais que interagem com pacientes para simular empatia e vírus de computador que desafiam as técnicas de extermínio e já teriam atingido o estágio “inseto” da inteligência mecânica.

Embora os cientistas concordem que ainda há um longo caminho a percorrer até Hal — o computador que assume o comando da nave em “2001: uma odisseia no espaço” —, eles acreditam que é legítima a preocupação de que o progresso tecnológico possa transformar o mercado de trabalho ao acabar com um grande número de empregos, bem como forçar seres humanos a viverem com um crescente número de máquinas.

Robôs capazes de matar já existem

Reunidos numa conferência em Asilomar, na Califórnia, cientistas especializados em computadores, inteligência artificial e robôs descartam a possibilidade de uma superinteligência altamente centralizada ou mesmo de que algum tipo de inteligência possa emergir espontaneamente na internet. Mas eles concordam que robôs capazes de matar de forma autômata já existem.

Os especialistas centraram atenção especial na ameaça de que criminosos poderiam explorar sistemas de inteligência artificial com objetivos espúrios. O que um criminoso poderia fazer com um sistema capaz de criar vozes similares às humanas? O que aconteceria se a tecnologia de inteligência artificial for usada para drenar informações pessoais de “smart” fones? Os pesquisadores também discutiram possíveis ameaças ao mercado de trabalho, representadas por carros que dispensam motoristas e serviços de robô em casa.

A conferência foi organizada pela Associação para o Avanço da Inteligência Artificial, que, ao escolher Asilomar como lugar das discussões, evocou, propositalmente um evento histórico da ciência. Em 1975, os maiores biólogos do mundo se reuniram em Asilomar para discutir a possibilidade de transformar formas de vida por meio da troca de material genético entre organismos e estabelecer parâmetros para tais experiências. Era o início da engenharia genética.

O encontro sobre o futuro da inteligência artificial foi organizado por Eric Horvitz, um pesquisador da Microsoft que, atualmente, é presidente da associação. Para ele, os cientistas computacionais devem estar aptos a debater noções de máquinas superinteligentes e de sistemas de inteligência artificial que fogem ao controle.

A ideia de uma “explosão de inteligência”, na qual máquinas projetariam outras máquinas ainda mais inteligentes foi proposta pelo matemático I.J. Good em 1965. Anos depois, em palestras e romances de ficção científica, o cientista Vernon Vinge popularizou a noção de que os seres humanos seriam capazes de criar uma máquina mais inteligente do que o homem, causando transformações tão rápidas que levariam ao “fim da era humana”.

A ideia, explorada no cinema e na literatura, é vista como plausível e inquietante, por cientistas como William Joy, co-fundador da Sun Microsystems. Outros especialistas em tecnologia, sobretudo Raymond Kurzwell, veem com entusiasmo o advento das máquinas inteligentes, dizendo que elas trarão grandes avanços para o aumento da expectativa de vida e a prosperidade em geral.

— Acredito que, cedo ou tarde, teremos que fazer algum tipo de declaração em resposta ao crescimento do número de pessoas muito preocupadas com o surgimento de máquinas inteligentes — afirmou Horvitz

Parâmetros serão divulgados

Um relatório sobre a conferência, que aconteceu a portas fechadas, será divulgado no fim do ano. O relatório abordará a possibilidade de “perda de controle humano de inteligências baseadas em computadores”. Também abordará, segundo Horvitz , questão éticas, legais e socioeconômicas, bem como as prováveis mudanças da relação entre seres humanos e computadores. Como será, por exemplo, se relacionar com uma máquina tão ou mais inteligente quanto seu parceiro?
(John Markoff, do The New York Times) 
(O Globo, 28/7)

24 comentários:

Juscyllan S Queiroz disse...
4 de agosto de 2009 às 12:05
Este comentário foi removido pelo autor.
Juscyllan S Queiroz disse...
4 de agosto de 2009 às 12:06

Praticamente todo o avanço tecnológico só existe devido à preguiça do homem de usar suas próprias habilidades, é a busca do caminho mais fácil para de seguir. Claro que não faz mal facilitar a comunicação, desenvolvimento ou até a prosperidade da raça humana, mas todo esse avanço tecnológico exagerado e sem controle (graças toda a inteligência necessária para tornar esses avanços possíveis) vai tornar nós humanos, na melhor das hipóteses, cada vez mais burros e dependentes de máquinas para qualquer finalidade.

O relacionamento entre humanos e máquinas deve acontecer de forma natural e saudável, não de forma exagerada a ponto de criar algo inovador e único, mas, de certa forma, inútil e prejudicial à raça humana, fazendo com que nos tornemos pessoas tão inúteis quanto o que achamos ser essencial.

Esse avanço deve ser controlado. É difícil conviver com tanta concorrência e com tanta especialização em relação a tudo, disputar com uma máquina totalmente especializada em uma tarefa antes feita por humanos é praticamente impossível (ainda que demore, mas essa máquina será fabricada).
E essa é apenas uma das hipóteses do que aconteceria no futuro, graças a esse avanço incontrolável da tecnologia.

Anônimo disse...
4 de agosto de 2009 às 19:14

Todo mundo sabe hoje que o avanço tecnológico está muito rápido. Algumas pessoas pensam que essa velocidade é um bom sinal e outroas pensam totalmente o contrário.

Hoje em dia nossas vidas está totalmente dependente da tecnologia, pois ela nos facilita em todos os tipos de atividades. Por isso, achamos que essa evolução na inteligência artificial é um bom lado, pois os robôs fariam tudo para nós.

O problema é que o homem hoje está perdendo o controle desse avanço, e máquinas estão sendo criadas para maus fins, e isto tem que ser rapidamente controlado.

Para mim, qualquer projeto envolvendo máquinas inteligentes deveria ser fortemente estudado, ou existir um planejamento bem mais forte antes de criar qualquer coisa. O homem é um ser fantástico, se ele teve essa capacidade de chegar até aqui, ele tem a capacidade de projetar um bom futuro da relação homem-máquina.

Unknown disse...
4 de agosto de 2009 às 21:07
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
4 de agosto de 2009 às 21:10

Hoje o crescimento da tecnologia vem aumentando tanto, que não sabemos até onde poderá chegar. O homem também vem contribuindo com isso, pois a cada dia são feitos novos estudos e se descobrem novos avanços. A raça humana é um "bixo" sem limites, pois sentem a nessecidade de criarem "coisas" com o intuito de resolver problemas, que consideram graves, gerando assim, novos problemas.

Estamos muito evoluídos, mas ainda não somos capazes de construir máquinas que se aproximem da raça humana. Estamos sendo alvo de estudos para que um dia isso possa ser possível, mas se isso acontecer, poderemos até ser extintos e a era da tecnologia tornar-se a era dos robôs pensantes.

A sociedade já sofre com a grande crise de desemprego e com a criação de robôs que possam fazer o nosso mesmo trabalho, isso gerará menos mercado de trabalho, propocionando um grande aumento em números de máquinas.

Há uma grande preocupação dos cientistas nesse avanço de tecnologia em cair em mãos erradas, como exemplo os criminosos, e fazerem disso uma arma perigosa.

Carlos_Fernandes disse...
5 de agosto de 2009 às 10:23

Ao imaginar que máquinas possam tomar a posição de seres mais desenvolvidos, pertencente aos humanos, é de se alarmar e ao mesmo tempo criar grandes expectativas. A superioridade racional das máquinas sobre o homem, se ocorrer, deve acarretar mudanças inimagináveis. Porém, quando pensarmos sobre o assunto não devemos nos ater a esse tipo de raciocínio, devemos também imaginar o impacto causado, por exemplo, pelo surgimento de nano robôs capazes de destruírem celulas cancerígens, navegando pela corrente sanguínea.

Quando pensamos em desemprego e domínio dos robôs sobre os homens, uma abordagem que visa limitar o desenvolvimento tanto da inteligência artificial quanto da robôtica deve ser trabalhada, contanto que outras áreas promissoras não sejam afetadas por esses pensamentos.

Anderson Brayner disse...
6 de agosto de 2009 às 21:19
Este comentário foi removido pelo autor.
Anderson Brayner disse...
6 de agosto de 2009 às 21:21

O crescimento exagerado dessa tecnologia realmente põe em risco a sociedade, se já estão cientes que existem robôs que matam, estamos a um passo de uma possível catástrofe, tecnologia em mãos erradas podem causar um caos incontrolável. Homens substituídos por máquinas no mercado de trabalho causa desemprego, que junto com o descaso de autoridades é causa de violência, que por sua vez é causa de mortes, uma bola de neve que rola por cima de toda a sociedade e acaba atingindo o lado mais fraco. Máquinas devem ser apenas ferramentas que o homem deve operar para ajudar e não ser um substituto em potencial deles mesmos ou serem usadas para fins indevidos. Mas como as coisas já chegaram a um ponto onde não se pode controlar, provavelmente enfrentaremos não só uma concorrência humana, mas uma concorrência desleal contra super-máquinas criadas por nós mesmos

Vitor Alves disse...
6 de agosto de 2009 às 22:36

A idéia de um futuro apocalíptico causado por uma inteligência artificial fora de controle é uma idéia amplamente utilizada no mundo digital. Campos como o de jogos e cinema utilizam exaustivamente o tema na confecção de novos produtos. Porém os cientistas aparentemente resolveram adotar uma preocupação infantil, baseada no medo pelo desenvolvimento descontrolado de uma inteligência artificial que, num futuro não muito distante, poderia começar a quebrar os pilares de sustentação da humanidade.
Eis que se reúnem para decidir até que ponto a tecnologia deve avançar. Argumentos como máquinas de guerra e robôs que acabariam com os empregos das pessoas aparecem na discussão.
Toda a tecnologia humana atual é programada por humanos, ou seja, se um robô programado para matar o fizer, a culpa foi dos humanos que programaram-no, uma máquina não sabe diferenciar o bem e o mal, e muito menos faz algo pelo bem ou pelo mal, tudo depende de quem a programa.
Quanto a questão dos empregos, já é fato que, com a implementação de novos equipamentos, a sociedade se adapta a tal avanço e executa um remanejamento de tarefas, deixando os problemas que podem ser realizados por estes equipamentos e indo em direção a outros que exigem que um humano o execute.
A raça humana como animal é patética e frágil. Nossa única vantagem sobre outras espécies é a capacidade de raciocinar. Com este raciocínio criamos nossas máquinas para suprir nossas necessidades, e não são estas que vão acabar conosco.
Provavelmente nós mesmos vamos nos destruir.

Diego Roberto disse...
7 de agosto de 2009 às 11:43
Este comentário foi removido pelo autor.
Diego Roberto disse...
7 de agosto de 2009 às 11:50

Parece que não existem limites para essa ciência.

O artigo do Jornal da Ciência nos revela a grandeza e beleza do mundo tecnológico. É incontestável que benefícios extraordinários são alcançados por meio das “maquinas inteligentes”, aplicáveis a todas as áreas da sociedade. Para defesa de sistemas computacionais: “Brasileiros criam sistema anti-hacker com inteligência artificial”1. Para repor membros do corpo humano: “Perna biônica com inteligência artificial” na qual o usuário não precisa se adaptar a prótese, como ocorre frequentemente, ela permite um andar totalmente natural. Citei estes exemplos, mas existem diversos outros. Agora, poderíamos estar pensando: “Pois bem, é só isso? Duvido que exista um robô que possa reproduzir a capacidade humana de criar, por exemplo, no mundo das artes. Pode até ser que exista alguma máquina tocadora de piano ou violão... mas duvido que possa compor uma música”. Se você pensava assim (como eu a algum tempo atrás), está completamente fora de sintonia com a Era da IA. Pois bem, existe! Pesquisadores espanhóis fizeram um programa compositor usando IA para compor músicas inéditas. Nele foram introduzidos conceitos suficientes para lidar com as emoções e sentimentos de quem ouve a música, o programa cria as músicas autonomamente, numa espécie de “criatividade de máquina”, e o melhor, as músicas não se repetem, são sempre originais.

Uma crescente preocupação tem tomado conta dos cientistas.

Se hoje os programas são capazes de lidar com sentimentos, e produzir de forma inteligente mais músicas que um compositor humano. Será que estas máquinas não teriam em algum momento a “autonomia” de rebelar-se contra seus criadores? Com base no momento atual, sem olhar para um futuro distante, isso poderia ocorrer em pequena escala?
De acordo com o artigo, sim. Caso contrário, não pensariam os cientista em limitar essa tecnologia. Se hoje um robô pode matar alguém, imaginemos o que pode ocorrer à humanidade com o avanço desenfreado da IA. É uma medida cautelosa e plausível promover debates de forma que não perca os humanos, este controle da situação.
Existem outros problemas que podem surgir como o desemprego crescente. Máquinas substituído pessoas em diversas atividades seria uma realidade muito presente em nossas vidas. Essa tecnologia daria poderes ainda maiores a criminosos. Soldados robôs gerariam guerras desleais e assim por diante.
Não sabemos ao certo o que vai ocorrer, porém as possibilidades não devem ser ignoradas. Como podemos notar é uma tecnologia que gera controvérsias de opinião, existem pontos a favor e contra. Independente do rumo que tome a IA, devemos esperar que os cientistas e pesquisadores a usem com bom senso.

Fontes de pesquisa:
1 http://www.terra.com.br/informatica/2003/03/24/003.htm
2 http://www.tugatronica.com/perna-bionica-com-inteligencia-artificial/
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=programa-compositor-inteligencia-artificial-compor-musicas-ineditas&id=010150090605

Heytor Anizio disse...
7 de agosto de 2009 às 15:13
Este comentário foi removido pelo autor.
Heytor Anizio disse...
7 de agosto de 2009 às 15:23

A tecnologia vem se desenvolvendo em um ritmo acelerado. Com a capacidade de criar robôs inteligentes, capazes de tomar suas próprias decisões, surge a pergunta: "será que não estamos criando uma tecnologia que nos prejudicará depois?". Robôs que raciocinam e que são livres pra agir e tomar decisões podem fugir ao controle dos humanos. Esses tipos de máquinas não podem ser autônomas, tem que haver uma fiscalização do homem para conter possíveis problemas e assegurar nossa segurança.
Querendo testar sua capacidade e o limite do que é possível para satisfazer seu ego, o homem poderá pôr seu planeta em perigo, caso haja uma pane nas máquinas e elas se rebelem contra a humanidade.
Seria o caso de pensar seriamente se é mesmo necessária a criação de máquinas tão inteligentes convivendo com a gente. Em trabalhos em que é requerido esforço físico, máquinas ajudam muito, mas em questões intelectuais, o homem pode muito bem se superar e ser capaz de chegar às resoluções dos problemas. Pode não chegar instantaneamente, nem tão
rapidamente quanto um robô superinteligente, mas chegará a uma conclusão cedo ou tarde.
E essa pressa de soluções imediatas é que poderá levar a uma desordem em nosso mundo, com robôs que raciocinam vivendo entre nós.
Por isso, temos que acompanhar de perto os avanços tecnológicos e não duvidar da sorte, pois problemas acontecem, e com robôs que sejam capazes de pensar e agir, podemos estar criando o fim de nossa sociedade, caso essas máquinas "entendam" que os humanos não são mais necessários nesse planeta.

Henrique dos Santos Gomes disse...
7 de agosto de 2009 às 15:28
Este comentário foi removido pelo autor.
Henrique dos Santos Gomes disse...
7 de agosto de 2009 às 15:41

Esse assunto sobre inteligencia artificial ja foi tema de alguns filmes, onde a historia principal era a revolta das maquinas contra os humanos que as criaram. Ainda temos um longo caminho ate esse nivel de complexidade na area de IA, isto é, apesar dos avanços alcançados ainda estamos um pocuco distante do que aparece em filmes, porem, ja é algo que deve ser pensado. O quão inteligentes serão e ate onde será nossa autoridade sobre elas e qual serãos as "leis" impostas na programação que poderam ser "burladas" por elas. Sabemos, porem, que a evolução é algo necessario, para facilitar nossas vidas e melhora-la, logo a solução não seria parar de pensar no futuro e evoluir a tecnologia atual, mas pensar nos problemas que poderão vir a surgir no futuro e com isso pensar a melhor forma de evita-los.
Temos a certeza que a evolução virá. percebemos a cada dia a evolução em todas as areas da tecnologia. A cada dia há um novo avanço e a inteligencia artificial não fica pra traz. Há estudos crescentes nessa area em todo o mundo, cada um buscando novos conhecimentos, muitos em seguimentos diferentes, porem que seguem para o mesmo ponto, todos eles importantes para a evolução da Inteligencia Artificial.

Emanuella Toledo disse...
7 de agosto de 2009 às 17:59

Há tempos a tecnologia vem avançando e trazendo uma série de benefícios ao homem. O fato de máquinas substituírem humanos não é novidade, pelo contrário, desde a Revolução Industrial, onde a máquina substituiu a manufatura, houve centenas de demissões, mas ocorreu uma adaptação da sociedade aos novos recursos tecnológicos surgidos, que não só impulsionaram a economia devido ao aumento da produção, mas fizeram com que os preços dos produtos caíssem, tornando-os mais acessíveis.
Com a evolução tecnológica surge outro aspecto importante que é a capacitação, pois à medida que se exige conhecimentos para se operar alguma tecnologia exige-se também capacitação para a mesma, tornando a sociedade útil na resolução de novos problemas e trazendo um remanejamento das tarefas. Em vista disso a melhora da qualidade de vida com certeza “anda junto” com a tecnologia: robôs e máquinas, por exemplo,fazem a medicina ser cada vez mais precisa e consequentemente mais eficaz, o que ocorre não só em áreas da saúde mas em todas as áreas da sociedade.
O medo de se ter máquinas com vontade própria tomando as decisões pelos humanos existe hoje, contudo com inteligência limitada. Não há uma máquina ainda que possua a capacidade de raciocínio e de aprendizado que há nos humanos. Desde que Alan Turing propôs a criação de uma máquina que simulasse o pensamento humano, sem sucesso, não se conseguiu aperfeiçoá-la para que chegasse a uma máquina dita humana. Inclusive, há um prêmio e uma competição anualmente sobre o assunto, The Loebner Prize, que por enquanto os prêmios vão apenas para os que se aproximam mais da tarefa.
Dessa forma, assim como no período da Revolução Industrial o grande problema foi levar a tecnologia à população, o que dificultou a aceitação da mesma, a Revolução Tecnológica passa pelo mesmo processo, originando na população um receio do “novo”, causando o que o artigo aborda como o pesadelo futurista.

Daniel Verçosa de Andrade disse...
7 de agosto de 2009 às 18:16

A ideia de um holocausto criado por máquinas inteligentes não é um fato totalmente absurdo mas, limitar o avanço tecnologico não é a melhor solução. O que se deve ser considerado pelos cientistas é uma forma de limitar o mal uso da tecnologia.

São os humanos que irão criar e programar as primeiras máquinas inteligentes, sejam elas para trabalhar pelos humanos ou para criar outras máquinas inteligentes. Então se algo sair errado será culpa do uso errado e mal intencionado de algumas pessoas.

A geração de máquinas inteligentes podem até criar problemas menores, como a substituição da força de trabalho humana ou a alta dependência de humanos por máquinas, mas problemas como esses podem ser vencidos, pois uma das maiores características do ser humano é sua alta capacidade adaptativa a qualquer meio ambiente. As máquinas podem até suprir muitas necesidades, mas com essas necessidades supridas, outras surgirão gerando novas oportunidades para os humanos.

O caminho de reestringir o mal uso da tecnologia ao invés de limitar o seu avanço pode ate ser impossivel agora, mas quem sabe com empenho e um estudo mais avançado isso se torne uma possibilidade num futuro não muito distante.

Ailton Felix disse...
7 de agosto de 2009 às 19:46

Por se tratar de temas importantes, como inteligência artificial e robótica, o texto é muito interresante. Limitar tecnologia é um ato que deve ser pensado a fundo, pois a mesma está sempre evoluindo e trazendo consigo mudanças, seja social ou econômica, que nem sempre essas mudanças trazem benefícios para humanidade.

Os exemplos mencionados no texto, como o robô que por conta própria é capaz de se recarregar e etc, traz exemplos do porque se deve discutir os tema citadas logo acima.

A utilização de robôs para trabalhos de alto risco é uma boa aplicação da tecnologia, mas, como acontece com a internet, a sua utilização não pode ser restrita a coisas que trazem benefícios a humanidade, podendo surgir outro gênero de criminalização, o uso de robôs para roubar, matar e etc.

Criar máquinas super inteligentes é um erro, pois imagine que uma vez criadas poderão teoricamente evoluírem mais ainda sozinhas, daí a possível consequência disso é que por possuírem uma alta capacidade de raciocínio podem querer ter seus próprios direitos, implicando em um possível conflito com a humanidade, e com a experiência de vida que nós temos, sabemos no que isso acarretará. Nesse ponto controlar as máquinas deve ser uma possibilidade desprezível pois a humanidade não consegue controlar nem mesmo a si própria.

A evolução tecnológica, em particular a robótica, traz consigo o desemprego, com o avanço da robótica o mesmo tende a aumentar, o que de fato não é uma coisa boa. Máquinas substituindo o homem na mão de obra é a tendência no mercado de trabalho.

Limitar tecnologia é um assunto que deve ser levado em consideração. Pensar e analisar prevendo o que um certo avanço traz de bom e ruim para o ser humano é de fundamental importância para tomar a decisão certa.

Wylken dos Santos disse...
7 de agosto de 2009 às 19:59
Este comentário foi removido pelo autor.
Wylken dos Santos disse...
7 de agosto de 2009 às 20:00

Na era da inovação tecnológica os computadores vêm evoluindo de uma maneira extraordinária, esse avanço está possibilitando a aplicação de teorias relacionadas ao modo de pensar do homem.


A possibilidade da máquina substituir o homem já é uma realidade em vários setores da indústria, porém a substituição do homem pela máquina é compensada com o surgimento de várias outras categorias de trabalho, principalmente na área de inovação e tecnologia.


Já a possibilidade da “máquina” conspirar contra o homem, como em vários filmes futurísticos, é muito remota, já que o conhecimento que nós temos impossibilita a criação de maquinas conscientes.


O que já é realidade é a criação de máquinas que obedecem ordens pré-programadas ou tomam decisões baseadas em dados fornecidos pelo homem, como o famoso robô jogador de xadrez Deep Blue.


O crescimento tecnológico é inevitável, e cabe a nós administrá-lo para que a sociedade continue usufruindo dos benefícios proporcionados por tais avanços.

Dallisson Augusto disse...
8 de agosto de 2009 às 00:51
Este comentário foi removido pelo autor.
Dallisson Augusto disse...
8 de agosto de 2009 às 00:53

Bem, tendo em vista que desenvolvimento tecnológico veio para tornar nossas vidas mais fáceis, chegar ao ponto de ter que nos preocupar com ela, leva-nos a uma pergunta, até que ponto este avanço é realmente necessário.

Com todo este desenvolvimento tecnológico cada vez, fica mais dificil para homem competir contra uma máquina, apesar da grande ajuda que as máquinas podem nos proporcionar temos que impor limites, e ter discernimento onde é realmente necessário a ajuda de uma máquina. Não podemos nos poupar de todo o trabalho e colocar todos os nossos deveres para que elas façam.

Caso algum dia o homem consiga criar uma máquina mais inteligente do que ele próprio, como, conseguiriamos dar um fim a algo que nos somos inferiores, deve se pensar muito bem antes de contruir tal máquina pois o que um dia veio para nos ajuda poderá nos levar à decadência.

Deve-se debater com mais empenho sobre tais limites citados no artigo e consequentemente impor-lhes a sociedade para que tenha-mos um bom relacionamento com as máquinas, e que toda esta tecnologia venha a nos proporcionar um futuro melhor.

Thiago Verçosa de Andrade disse...
8 de agosto de 2009 às 02:12

Com todos os avanços tecnológicos atuais demonstrados pelo texto a preocupação não é sem razão, a situação pode ainda ser mais alarmante se for levado em conta o que é chamado de singularidade tecnológica. Uma singularidade tecnológica é a descoberta de uma nova tecnologia ou teoria que trará mudanças profundas na sociedade humana, um exemplo de singularidade é a revolução industrial ocorrida na Inglaterra. Além disso conhecimento é poder e pode logo se tornar moeda de troca, gerando contrabando. A conferência é muito bem vinda, mas pode tropeçar em pedras muito maiores que as enfrentadas pelos grupos que chamavam atenção ao aquecimento global, devemos lembrar que vivemos em um sistema, o sistema capitalista, o nome não pode encompassar o grande total que é esse sistema, então chamemos de sistema de intereses privados estranhos aos interesses da maioria.

Uma possibilidade de singularidade tecnológica é o advento da computação quântica, é sabido que a capacidade computacional vai se elevar muito, permitindo a criação de sistemas inteligentes muito poderosos, que como mencionados no texto trarão grandes benefícios, mas que inevitavelmente também serão usados por pessoas má intecionadas, criminosos, quadrilhas, milícias, estados autoritários - irá a nova tecnologia nos livrar deles, deixa-los onde estão, ou eles irão mudar junto com a tecnologia? Evidentemente ocorrerá uma mudança, nos deixando uma outra questão: Proporcinalmente o quão pior será?
Foi discutido em Asilomar a limitação da tecnologia, é diferente de "controlar a tecnologia", mas nem tanto, é preciso lembrar dos males que o nosso sistema atual luta até hoje para controlar, proliferação de armas nucleares, drogas ilícitas, contrabando de armas, governos autoritários, o fracasso é evidente. A dificuldade que se enfrenta para a quebra de patentes em remédios pode ser um interessante parelelo de controle tecnológico, a dificuldade de se chegar a um concenso na comunidade internacional sobre o aquecimento global nos lembra do quão lenta decisões de grande importância são tomadas pelo globo. Todas as considerações anteriores deixam dúvidas, se realmente seremos capazes de controlar ou limitar a tecnologia, sem que ela fuja do controle ou seja monopolizada.
O sistema sócio-econômico em nosso planeta não preza pelos seres humanos, podendo ser um grande problema, entidades privadas também são responsáveis pelo desenvolvimento de novas tecnologias e ciências, convenções e tratados podem ser vistos como diminuição dos lucros, que acarretam demissões em massa e pouco investimento dessas entidades privadas nos países que atuam, vários interesses privados entram em questão, o que pode atrasar a formulação de convenções e tratados, ou até mesmo inviabilizá-los completamente, permitindo que uma tecnologia perigosa possa causar um bom estrago.

A conferência de Asilomar é importante, pois relembrou uma antiga ameaça aos seres humanos, o mal uso de novas e poderosas tecnologias, no entanto seu escopo é limitado, o sistema sócio-econômico é esquecido ou deixado de lado propositalmente. Uma discussão mais adequada seria a seguinte pergunta: Está a capitalista raça humana apta a lidar com as novas e mais poderosas tecnologias a surgir?

Arnon Almeida disse...
8 de agosto de 2009 às 14:22

Bom fica claro o seguinte: a tecnologia e o seu avanço, hoje, leva a eventos positivos ou negativos?? Essa é certamente uma das perguntas mais inquietantes de se fazer, porém, pode-se citar que a tecnologia ruma para ambos os lados, pois ao mesmo tempo que aumenta a produtividade de uma empresa, diminui custos e etc, a mesma acaba gerando desemprego.

Portanto não é de se achar estranho que muitos acreditem que um dia o muno sofrerá de "Domínio das Máquinas", cada vez mais a tecnologia avança, o que nos faz pensar o seguinte: o avanço da tecnologia tem limite??? Bom, fica claro que não, no momento em que se acha nada pode ser melhorado, uma novo mecanismo de solução aparece e faz torna-se ótimo o que já era ótimo, ou melhor dizendo o que era muito bom.

Algo que nunca deve, porém muitas vezes é deixado de lado é o mal uso da tecnologia, se hoje máquinas, mesmo despropositalmente, podem ferir o ser humano, imagine em mãos erradas, sendo seu uso para puro individualismo e arrogância com o intuito de prejudicar a outros.

Que realmente fique claro, tudo tem que ser debatido com cuidado, sem nunca esquecer que o "poder" do ser humano não pode ser menor que o de uma máquina.

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.