Sobre o plágio

Ver Periódico publica dois estudos plagiados na íntegra e analisar à luz de How to Handle Plagiarism: New Guidelines.

Cinco periódicos, dois artigos de cada um

Pessoal,

A próxima tarefa, que deverá ser concluída até sexta-feira 3/4 às 16:00, consiste em escolher cinco periódicos disponíveis no Portal de Periódicos da CAPES (http://periodicos.capes.gov.br) que sejam de interesse para sua área e/ou seu tema de pesquisa. De cada um desses cinco periódicos, deverão comentar brevemente dois artigos correlatos ao seu assunto de interesse.

A estrutura a ser adotada é a seguinte:

=> IEEE Transactions on Geoscience and Remote Sensing

* Morio, J.; Réfrégier, P.; Goudail, F.; Dubois-Fernandez, P. C. & Dupuis, X. Information Theory-Based Approach for Contrast Analysis in Polarimetric and/or Interferometric SAR Images. IEEE Transactions on Geoscience and Remote Sensing, 2008, 46, 2185-2196. DOI 10.1109/TGRS.2008.926115

Este artigo propõe medidas escalares para descrever a separabilidade entre modelos para imagens polarimétricas. O trabalho mostra que a distância de Bhattacharyya é adequada para essa finalidade, tanto em dados simulados quanto em imagens reais.

* Wang, H. & Ouchi, K. Accuracy of the K-Distribution Regression Model for Forest Biomass Estimation by High-Resolution Polarimetric SAR: Comparison of Model Estimation and Field Data. IEEE Transactions on Geoscience and Remote Sensing, 2008, 46, 1058-1064. DOI 10.1109/TGRS.2008.926115

Os autores propõem um modelo de regressão para explicar a biomassa de florestas. Esse modelo emprega a distribuição K e usa como variáveis explicadoras medidas de imagens e de campo. DOI 10.1109/TGRS.2008.915756

Prestem muita atenção à formatação das informações; todo artigo deverá ter os dados acima (autores, título, periódico, ano, volume, página). O DOI é obrigatório caso ele esteja disponível para o artigo escolhido.

No perfil do blog deverá constar obrigatoriamente o email de cada um.

Alejandro

Linha de pesquisa

Pessoal,

É importante que cada um escolha uma linha de pesquisa para desenvolver as próximas atividades da disciplina. Para isso, e para que a escolha seja baseada tanto no gosto pessoal quanto em argumentos objetivos (afinal, é uma disciplina de metodologia científica), a próxima tarefa consiste em fazer um levantamento bibliográfico nos periódicos
* Science
* Nature
* ACM Computing Surveys
* Scientific American
e escolher um artigo emblemático da sua área de interesse. Feita essa escolha, faça um resumo contendo:
+ Referência completa (título, autor, periódico, volume, páginas, ano)
+ O que chamou a sua atenção do assunto e como ele se relaciona com os conteúdos do seu curso
+ Um breve resumo do artigo (vinte a trinta linhas no formato do blog)
+ Possíveis linhas de pesquisa que lhe interessam

Este trabalho deverá estar postado no blog até as 16:00 desta sexta-feira 27/3/09.

Alejandro

Dois cientistas

A história da ciência foi e está sendo feita por inúmeras pessoas, então qualquer tentativa de fazer uma lista é arbitrária e incompleta. Resta, portanto, a escolha pessoal. Eu gostaria de registrar hoje a minha admiração pelas seguintes pessoas:
* Hipatia de Alexandria (aprox. 355 - 416): filósofa, matemática e astrónoma, vítima da cegueira religiosa e da manipulação política.
* Giordano Bruno (1548 – 1600): filósofo, astrónomo, físico, morto na fogueira por contrariar a igreja católica.

Registre aqui, até sexta-feira 13/3 às 16:00 dois cientistas de qualquer área do conhecimento. Comente brevemente a sua biografia e a razão para sua escolha.

A ciência e as religiões, artigo de Marcelo Gleiser (JC 3708, de 25 de Fevereiro de 2009)

Forçar a rigidez é condenar a congregação a viver no passado

Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo". Artigo publicado na “Folha de SP”:

Como escrevi em colunas recentes, neste ano celebramos dois grandes aniversários. O primeiro, o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e o sesquicentenário da publicação de seu revolucionário "A Origem das Espécies". O segundo, os quatrocentos anos da publicação do livro "Astronomia Nova", em que Johannes Kepler mostrou que a órbita de Marte é elíptica, inferindo que todas as outras seriam também.

No mesmo ano, 1609, Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus mudando a astronomia para sempre.

Em ambos os casos, as descobertas científicas criaram sérios atritos com as autoridades religiosas. Atritos que, infelizmente, sobrevivem de alguma forma até hoje, principalmente com as religiões monoteístas que dominam o mundo ocidental e o Oriente Médio: judaísmo, cristianismo e islamismo. O momento é oportuno para iniciarmos uma reavaliação das suas causas e apontar, talvez, resoluções.

Simplificando, pois temos apenas algumas linhas, o problema maior não começa no embate entre a ciência e a religião. Começa no embate entre as religiões. Existe uma polarização cada vez maior já dentro das religiões entre correntes mais ortodoxas e aquelas mais liberais. As diferenças são enormes. Por exemplo, no caso do judaísmo, podemos hoje encontrar rabinas liderando congregações, algo que enfureceria ao meu avô e a seus amigos.

Nos EUA, algumas correntes protestantes, como os episcopélicos, têm pastores e bispos abertamente homossexuais. Nessas correntes mais liberais dentre as religiões se vê também uma relação completamente diferente com a ciência.

Em vez do radicalismo imposto por uma interpretação liberal da Bíblia, as correntes mais liberais tendem a ver o texto bíblico de forma simbólica, como uma representação metafórica de acontecimentos e fatos passados com o intuito -dentre outros- de fornecer uma orientação moral para a população. (A questão da necessidade de um código moral de origem religiosa deixo para outro dia.)

Escuto pastores e rabinos afirmarem regularmente que é absurdo insistir que a Terra tenha menos de 10 mil anos ou que Adão e Eva surgiram da terra. Para um número cada vez maior de congregações, é fútil fechar os olhos para os avanços da ciência.

Para eles, a preservação dos valores religiosos, da coesão de suas congregações depende de uma modernização de suas posições de modo que possam refletir o mundo em que vivemos hoje e não aquele em que pessoas viviam há dois mil anos.

O mundo mudou, a sociedade mudou, a religião também deve mudar. Insistir na rigidez da ortodoxia é condenar a congregação a viver no passado, numa realidade incompatível com a sociedade moderna. Se o pastor ou rabino ortodoxo tem câncer e recebe terapia de radiação, ele deve saber que é essa mesma radiação que permite a datação de fósseis com centenas de milhões de anos. É hipocrisia aceitar a cura da radiação nuclear e ainda assim negar os seus outros usos.

Fechar os olhos para os avanços da ciência é escolher um retorno ao obscurantismo medieval, quando homens viviam suas vidas assombrados por espíritos e demônios, subjugados pelo medo a aceitar a proteção de Deus. A escolha por uma devoção religiosa -se é essa a sua escolha- não deveria ser produto do medo.

No fim de semana passado, a catedral de São Paulo em Melbourne, Austrália, ofereceu um simpósio sobre Darwin. Nos EUA, outro simpósio reuniu cerca de 800 pastores e rabinos para discutir modos de reconciliação entre ciência e religião. Parece que finalmente um novo diálogo está começando. Já era tempo.
(Folha de SP, 22/2)